sábado, 29 de agosto de 2015

Plano de Desenvolvimento do Turismo da Costa do Dendê é apresentado pela Setur...


Encontro para validação do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável (Pdits) da Costa do Dendê foi realizado na quinta-feira (20/8), em Barra Grande, município de Maraú.

A iniciativa da Secretaria do Turismo da Bahia (Setur) teve o intuito de apresentar o planejamento turístico para a região, resultado de oficinas públicas de debates e construção coletiva do documento, realizadas com representantes dos municípios desta zona turística, durante um ano. 

O Pdits visa propor ações para o turismo sustentável em curto, médio e longo prazo e estabelece as bases para a definição de ações e prioridades, após várias rodadas de oficinas públicas de debate. O plano prevê, ainda, ações para a melhoria do produto turístico, infraestrutura para avanços na urbanização e tratamento de resíduos sólidos, capacitação de mão de obra, preservação ambiental e estratégias de marketing promocionais.

O secretário do Turismo do Estado, Nelson Pelegrino, destacou a importância do planejamento. “Os planos são fundamentais para a captação de recursos federais junto ao Ministério do Turismo e aplicação em projetos nos municípios. Neste momento, o Estado dá apoio para que as zonas turísticas construam ou atualizem seus planejamentos visando à melhoria de cada região”, explicou. A Setur já atuou na elaboração dos Pdits das costas do Cacau e dos Coqueiros. As próximas zonas turísticas a serem contempladas serão Chapada Diamantina, Costa do Descobrimento e Caminhos do Oeste.

Participaram do encontro o superintendente de Investimento em Polos Turísticos (Suinvest), Fernando Ferrero, juntamente com equipe de técnicos da Setur, além do presidente da Câmara do Turismo da Costa do Dendê, Júlio Oliveira, a prefeita de Maraú, Maria das Graças Viana, e representantes dos municípios.

O mosaico de praias, baías, manguezais, costões rochosos, restingas, nascentes, lagoas, rios, cachoeiras e estuários da Costa do Dendê é encontrado nos municípios de Cairu, Camamu, Igrapiúna, Ituberá, Maraú, Nilo Peçanha, Taperoá e Valença, entre a foz do Rio Jaguaripe e a Baía de Camamu.

Fonte: Dendê News.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

HOMENS IRRACIONAIS

Pescadores capturam e matam tubarão em praia de Santa Cruz Cabrália (Extremo Sul da Bahia)



Um tubarão foi capturado vivo em Coroa Vermelha, no município de Santa Cruz Cabrália. Mas o caso tem deixado a comunidade indignada. Isso porque um grupo de pescadores trouxe o animal até a praia e o matou.

Segundo a Ong Chauá, o tubarão, que tem características da espécie tintureiro, ficou enrolado em uma rede de pesca. Ele media cerca de dois metros e meio e foi cortado em partes e distribuído entre os pescadores, já que a carne é comestível. Ainda de acordo com a Ong, não há registro de ataques de tubarão dessa espécie na Bahia, onde sua presença é constante.




A ONG "S.O.S. Mangues e Vidas Aquáticas" (S.O.S. ÁGUAS) repudia esse ato covarde, criminoso e repugnante. Não toleramos esse tipo de atitude. Lutaremos para que crime como esse não se repita, seja onde fôr. É necessário, dentre outras providências, muita informação e educação para aqueles que lidam com a natureza de forma direta ou indireta, a fim de evitarmos desastres como esse da matéria em pauta. 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

PROJETO GOLFINHO ROTADOR COMPLETA 25 ANOS


O Projeto Golfinho Rotador completou 25 anos nesse domingo (23). O programa se consolidou como um marco na conservação marinha brasileira pela dedicação ao uso da estratégia do desenvolvimento sustentável de Fernando de Noronha para conservar o comportamento natural dos golfinhos-rotadores no mais cobiçado destino turístico marinho do Brasil.

O sucesso do Projeto Golfinho Rotador só foi possível por ser resultado da parceria do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (órgão do Ministério do Meio Ambiente) com o Centro Golfinho Rotador e com a Petrobras, que é a patrocinadora oficial da iniciativa por meio do Programa Petrobras Socioambiental.

Assista o documentário sobre o projeto.


Matéria vista no Blog do Gusmão.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

ITABUNA PRESTE A GANHAR UM IMENSO ESGOTO À CÉU ABERTO

Não há nenhum projeto governamental para salvar o Rio Cachoeira

O planeta já cansou de avisar. Todos nós já passamos, faz tempo, do limite de exploração, de degradação e falta de respeito com a natureza. Os sinais são mais claros do que o gelo que derrete dos pólos. O tempo ficou maluco, não existem mais estações do ano da forma que conhecíamos antigamente. No inverno faz calor, no outono tem flores, na primavera chove pra danar e o inverno está cada vez mais abafado. Soma-se a isso os inúmeros problemas com enchentes em locais secos e secas nas áreas chuvosas. Furacão em Santa Catarina, tsunami na Ásia, terremoto em São Paulo (lembram?). Sinais de que o planeta está implorando por socorro e nós não estamos entendendo a mensagem. No Brasil encontramos 12% da água doce do mundo. Essa água doce, própria para beber, tem fim e não estamos dando atenção a isso. Já pensou ter que depender exclusivamente do rio Almada para matar a sede? Logo logo estaremos nessa situação. Resolvi falar sobre isso devido ao estado lastimável a que está submetido o sórdido e mórbido rio cachoeira. Ele corre sujo e fétido sem que nossas autoridades o socorram. Parece que algo muito errado está acontecendo na consciência dessa gente. É melhor pensar rápido e agir para evitar o agravamento do problema, que está preste a transformar o rio que corta Itabuna ao meio, num imenso e vergonhoso esgoto à céu aberto.

Fonte: Val Cabral.


sábado, 8 de agosto de 2015

LIXO É DESCARTADO NO MEIO AMBIENTE EM PORTO SEGURO

A velha máxima de Confúcio "Uma imagem vale mais que mil palavras" se aplica perfeitamente nas fotografias que se seguem. Já que quatro imagens ilustram está nota, entenda-se que 4 mil palavras descrevem a situação alarmante de descaso do Poder Público.
Desnecessário é prolongar-se para descrever a falta de consciência ambiental dos que estão descartando lixo nas proximidades do rio que abastece a cidade de Porto Seguro, e também a total falta de fiscalização e punição.
O local onde o lixo está sendo acumulado é localizado nas proximidades do rio do Mangue, entre a subida do Xurupita e a estação de tratamento de água da cidade.
Observa-se que não se trata apenas de desmatamento - fruto de invasão - mas, sim, que o local está sendo utilizado por moradores vizinhos da localidade para descarte de lixo, a exemplo de sacos pretos e carcaças de computadores. Comenta-se, também, que hotéis e pousadas da redondeza fazem o mesmo.
Fica aqui o registro do risco de contaminação do rio que abastece a cidade de Porto Seguro, bem como a devastação ambiental que está sendo praticada em local de fácil acesso, aos olhos de todos. Diante da grande quantidade de lixo acumulado, entende-se que o fato vem ocorrendo há bastante tempo sem que nenhuma providência tenha sido adotada pela Prefeitura Municipal.


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

JUNTE-SE À MARCHA MUNDIAL DO CLIMA



Uma cientista começou a chorar durante uma entrevista sobre poluição e gás carbônico enquanto descrevia um futuro sombrio no qual os oceanos estariam arruinados. Cabe a nós impedir que o pesadelo dela se torne realidade. 

Daqui a quatro meses, o mundo será palco da maior Cúpula do Clima da década. E nela, os líderes mundiais poderão finalmente concordar com uma meta revolucionária para livrar o mundo dos combustíveis fósseis. . É a luz no fim do túnel que nos guiará para longe da catástrofe climática, sinalizando o fim da era da energia suja para os políticos, empresas e bolsas de valores em todos os países. A vitória não será fácil, mas se fizermos com que os líderes sintam o poder deste movimento, venceremos

No ano passado, nossa comunidade foi parte da maior mobilização climática da história: a Marcha do Clima. E no dia 29 de novembro deste ano, horas antes da chegada dos líderes na Cúpula do Clima de Paris, faremos uma mobilização ainda maior! 

Clique na imagem abaixo para confirmar sua participação na Marcha do Clima de 2015  a Avaaz entrará em contato por telefone ou e-mail com informes sobre como se envolver na mobilização!




Fonte: Avaaz.org

PARTICIPEZ À LA MARCHE MONDIALE POUR LE CLIMAT



Un scientifique de renom vient de s'effondrer en pleurs pendant une interview sur la pollution due au carbone. Il décrivait un futur sombre où les océans mourraient. Que son cauchemar devienne ou non réalité ne dépend que de nous.

Le sommet sur le climat le plus important de la décennie aura lieu dans quatre mois exactement, et nos dirigeants pourraient décider d'y adopter un objectif révolutionnaire pour éradiquer les énergies fossiles. Cette solution pourrait nous épargner une catastrophe climatique et alerter les responsables politiques, les dirigeants d'entreprises et les marchés que l'ère des énergies fossiles est terminée. Nous ne gagnerons pas facilement, mais si nos dirigeants comprennent combien ce mouvement est puissant, nous pouvons l'emporter.

L'année dernière, notre mouvement a participé à la plus grande mobilisation pour le climat de l'histoire lors de la Marche Mondiale pour le Climat. Le 29 novembre prochain, quelques heures avant que les dirigeants n'arrivent à Paris pour le Sommet sur le climat, il nous faudra être encore plus nombreux! 

Cliquez ci-contre pour dire: “Je participe” à la Marche Mondiale pour le Climat de cette année! Avaaz se mettra en contact avec vous par téléphone ou par email pour vous donner des informations sur cet évènement.




domingo, 2 de agosto de 2015

A CARTA DA TERRA


A Carta da Terra é uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção, no século XXI, de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica. Busca inspirar todos os povos a um novo sentido de interdependência global e responsabilidade compartilhada, voltado para o bem-estar de toda a família humana, da grande comunidade da vida e das futuras gerações. É uma visão de esperança e um chamado à ação.

Oferece um novo marco, inclusivo e integralmente ético para guiar a transição para um futuro sustentável.

Ela reconhece que os objetivos de proteção ecológica, erradicação da pobreza, desenvolvimento econômico equitativo, respeito aos direitos humanos, democracia e paz são interdependentes e indivisíveis.

O documento é resultado de uma década de diálogo intercultural, em torno de objetivos comuns e valores compartilhados. O projeto começou como uma iniciativa das Nações Unidas, mas se desenvolveu e finalizou como uma iniciativa global da sociedade civil. Em 2000 a Comissão da Carta da Terra, uma entidade internacional independente, concluiu e divulgou o documento como a carta dos povos.

A redação da Carta da Terra envolveu o mais inclusivo e participativo processo associado à criação de uma declaração internacional. Esse processo é a fonte básica de sua legitimidade como um marco de guia ético. A legitimidade do documento foi fortalecida pela adesão de mais de 4.500 organizações, incluindo vários organismos governamentais e organizações internacionais.

Princípios

Para se atingir uma visão compartilhada de valores básicos que proporcione um fundamento ético à comunidade mundial emergente, a Carta da Terra está estruturada em quatro grandes princípios. Estes princípios são interdependentes e visam a um modo de vida sustentável como padrão comum. Espera-se que através deles a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos e instituições transnacionais seja dirigida e avaliada adequadamente.

·         Respeitar e cuidar da comunidade de vida
·         Integridade ecológica
·         Justiça social e econômica
·         Democracia, não-violência e paz

A Carta é um documento relativamente breve e conciso, escrito com linguagem inspiradora. É a articulação de uma visão que reflete valores universais e uma declaração de princípios fundamentais com significado perdurável e que pode ser compartilhada amplamente pelos povos da todas as raças, culturas e religiões. É uma chamada para a ação, que agrega novas dimensões significativas de valores às que já se encontram expressas em outros documentos relevantes e, ainda, uma Carta dos povos que deve servir como um código universal de conduta para pessoas, para instituições e para Estados.

Uma Declaração Universal dos Deveres Humanos, uma vez que o Homem é o grande agente modificador dos ecossistemas da Terra." (Wikipédia - A enciclopédia livre).

Leia abaixo a CARTA DA TERRA:

PREÂMBULO

Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações.

Terra, Nosso Lar

A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade de vida única. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.

A Situação Global

Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causa de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.

Desafios Para o Futuro

A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano.

Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados, e juntos podemos forjar soluções includentes.

Responsabilidade Universal

Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com toda a comunidade terrestre bem como com nossa comunidade local. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual a dimensão local e global estão ligadas. Cada um compartilha da responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida, e com humildade considerando em relação ao lugar que ocupa o ser humano na natureza.

Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, todos interdependentes, visando um modo de vida sustentável como critério comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos, e instituições transnacionais será guiada e avaliada.


PRINCÍPIOS


I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA


1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.

a) Reconhecer que todos os seres são interligados e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.

b) Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.

2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.

a) Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais vem o dever de impedir o dano causado ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.

b) Assumir que o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder implica responsabilidade na promoção do bem comum.

3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.

a) Assegurar que as comunidades em todos níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada um a oportunidade de realizar seu pleno potencial.

b) Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a consecução de uma subsistência significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.

4. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações.

a) Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.

b) Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apoiem, em longo prazo, a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra.

Para poder cumprir estes quatro amplos compromissos, é necessário:


II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA


5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida.

a) Adotar planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável em todos os níveis que façam com que a conservação ambiental e a reabilitação sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.

b) Estabelecer e proteger as reservas com uma natureza viável e da biosfera, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.

c) Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçadas.

d) Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que causem dano às espécies nativas, ao meio ambiente, e prevenir a introdução desses organismos daninhos.

e) Manejar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam as taxas de regeneração e que protejam a sanidade dos ecossistemas.

f) Manejar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de forma que diminuam a exaustão e não causem dano ambiental grave.

6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.

a) Orientar ações para evitar a possibilidade de sérios ou irreversíveis danos ambientais mesmo quando a informação científica for incompleta ou não conclusiva.

b) Impor o ônus da prova àqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que os grupos sejam responsabilizados pelo dano ambiental.

c) Garantir que a decisão a ser tomada se oriente pelas consequências humanas globais, cumulativas, de longo prazo, indiretas e de longo alcance.

d) Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.

e) Evitar que atividades militares causem dano ao meio ambiente.

7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.

a) Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.

b) Atuar com restrição e eficiência no uso de energia e recorrer cada vez mais aos recursos energéticos renováveis, como a energia solar e do vento.

c) Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência equitativa de tecnologias ambientais saudáveis.

d) Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam as mais altas normas sociais e ambientais.

e) Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.

f) Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito.

8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido.

a) Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada a sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.

b) Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuam para a proteção ambi.ental e o bem-estar humano.

c) Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, estejam disponíveis ao domínio público.


III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA


9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.

a) Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não-contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, distribuindo os recursos nacionais e internacionais requeridos.

b) Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma subsistência sustentável, e proporcionar seguro social e segurança coletiva a todos aqueles que não são capazes de manter-se por conta própria.

c) Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem, e permitir-lhes desenvolver suas capacidades e alcançar suas aspirações.

10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma equitativa e sustentável.

a) Promover a distribuição equitativa da riqueza dentro das e entre as nações.

b) Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e isentá-las de dívidas internacionais onerosas.

c) Garantir que todas as transações comerciais apoiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.

d) Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais atuem com transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas consequências de suas atividades.

11. Afirmar a igualdade e a eqüidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.

a) Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.

b) Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.

c) Fortalecer as famílias e garantir a segurança e a educação amorosa de todos os membros da família.

12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, concedendo especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.

a) Eliminar a discriminação em todas suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.

b) Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas a formas sustentáveis de vida.

c) Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.

d) Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.


IV.DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ


13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e proporcionar-lhes transparência e prestação de contas no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões, e acesso à justiça.

a) Defender o direito de todas as pessoas no sentido de receber informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que poderiam afetá-las ou nos quais tenham interesse.

b) Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações na tomada de decisões.

c) Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de assembleia pacífica, de associação e de oposição.

d) Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos administrativos e judiciais independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos.

e) Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.

f) Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente.

14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.

a) Oferecer a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.

b) Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade.

c) Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no sentido de aumentar a sensibilização para os desafios ecológicos e sociais.

d) Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma subsistência sustentável.

15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.

a) Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los de sofrimentos.

b) Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolongado ou evitável.

c) Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas.

16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.

a) Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.

b) Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para manejar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.

c) Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até chegar ao nível de uma postura não-provocativa da defesa e converter os recursos militares em propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.

d) Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em massa.

e) Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico mantenha a proteção ambiental e a paz.

f) Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.


O CAMINHO ADIANTE


Como nunca antes na história, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa dos princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.

Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável aos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa, e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar expandir o diálogo global gerado pela Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca iminente e conjunta por verdade e sabedoria.

A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Porém, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade têm um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.

Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacional legalmente unificador quanto ao ambiente e ao desenvolvimento.

Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação da luta pela justiça e pela paz, e a alegre celebração da vida.