sexta-feira, 8 de julho de 2011

O nosso problema não é meramente local, mas planetário!

            Falei, em postagem anterior a esta, que solicitei o apoio do Greenpeace para nossas lutas em favor do meio ambiente no Sul e Extremo-Sul da Bahia, áreas da nossa atuação. Falei, também, que fui informado por um representante da referida ONG no Brasil, que o Greenpeace "só atua denunciando crimes ambientais de impacto mundial". Volto a repetir que, até hoje, não entendi o que significa pra eles crimes ambientais de impacto mundial. O que nos chama a atenção é que Paul Watson e seu parceiro Robert Hunter fundaram o Greenpeace em 1971 e, já no ano seguinte, portanto em 1972, na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, em Estocolmo, a questão ambiental tornou-se PROBLEMA PLANETÁRIO. Quanto a este assunto, o site Grupo Escolar fala o seguinte:

            ¹"...Os países desenvolvidos apresentam as implicações da questão ambiental para a questão econômica-social e propõem, também, maior participação do cidadão, demonstrando a necessidade da implementação da educação ambiental para uma maior consciência ecológica. Porém, só na década de 80 é que se discute mais sobre o assunto e a EIA (Estudo de Impactos Ambientais) torna-se implementada a nível mundial.

            Já o final da década de 80 traz consigo grandes mudanças sócio-político e econômicas, tais como: a queda do Muro de Berlim, mudanças e fim da URSS, fim da guerra fria e da bipolarização mundial (Bloco dos países comunistas x Bloco dos países capitalistas), entre outras. Dessa forma, o mundo tornou-se Multipolar e as preocupações mundiais tornaram-se globalizadas e voltadas, também, para o meio-ambiente e a questão ambiental toma um novo rumo e um grande avanço.

            Na década seguinte (90), realizou-se a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio-Ambiente e Desenvolvimento (20 anos depois da Conferência de Estocolmo). A citada Conferência, a Eco 92, foi realizada no Rio de Janeiro de 3 a 4 de junho, onde se reuniram pessoas de várias nações, níveis sociais e intelectuais, como chefes de Estado, cientistas, ambientalistas, ONGs, jovens, adultos, crianças, índios, etc. Segundo afirma Magnolli & Scalzaretto (1994: p. 133) 'A Conferência do Rio de Janeiro discutiu uma vasta temática, ligada aos climas globais, às florestas e a biodiversidade...'."

            Isto posto, fica muito claro que não estamos tratando de um problema meramente local. Se a S.O.S. Mangues e Vidas Aquáticas tivesse como objetivo apenas a defesa dos manguezais em Ilhéus (foto ao lado), já estaria apontando para problemas ambientais de impacto mundial. Acontece que, a área que abraçamos para defender é muito grande e, levando-se em consideração o sem-número de problemas nela existente, estaremos ocupados por décadas, principalmente no que se refere a educar a atual e as futuras gerações para a viabilização da preservação ambiental, pois, falar em defesa do meio ambiente sem tratar o homem que nela está inserido, educando-o e dando-lhe o mínimo de dignidade, é uma falácia - este é um assunto que trataremos com mais profundidade em outras postagens. Aqui, fica o registro de que não minimizaremos os nossos problemas, como se a Terra fosse um planeta e a nossa região outro. Estaremos levando ao mundo as nossas questões sócio-ambientais e, ao mesmo tempo, revelando ao nosso povo o que está acontecendo em outras partes do globo, estimulando, assim, uma relação de reciprocidade simbiótica, onde a consciência ambiental fluirá por osmose nas gerações que nos substituirão.

            Que fique mais uma vez claro: os problemas causados pelos impactos ambientais no Sul e Extremo-Sul da Bahia não são meramente locais, mas PLANETÁRIOS!


Valerio HAFNER - Presidente
Chavannes - Suíça


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA        

¹GRUPO ESCOLAR, A Geografia e o Meio Ambiente na Nova Ordem Mundial (site consultado no dia 08/07/2011, às 16:47h).   

IMAGEM 2 - Blog Ilhéus Viva (foto copiada do site no dia 08/07/2011, às 18:15h).

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